Ainda que o Tempo,
implacável,
Seja carrasco de nossas
emoções,
E um agonizar
inexorável
Maltrate muito nossos
corações,
Nada supera, em nossa
alma,
O fulgor de se
apaixonar!...
E eu, assim, insisto,
com toda calma,
Na emoção de te amar...
Ainda que as agruras da
vida
Deixem no espírito,
cortes profundos,
E a mente se sinta
exaurida,
E os demônios da dor
sejam fecundos,
Nada supera, em nosso
peito,
O gosto amargo de
gostar!...
E eu, aqui, sempre me
deleito
Na aventura de te
amar...
Ainda que certas
atitudes maltratem,
Seja por capricho, ou
desatenção,
E dúvidas atrozes sobre
nós se abatem,
Com o fardo pesado da
desilusão,
Nada supera, em nossa
veia,
A força de um desejo, a
pulsar!
E eu, disperso, como grãos e areia,
Na loucura de te
amar...
Ainda que surpresas
haja no caminho,
Muitas das quais, puro
sofrimento,
Que ferem fundo, tal
qual espinho,
E mais do que sangue,
jorrem tormento,
Nada supera, em nossa
Vida,
O prazer infinito de se
entregar!...
E eu, calado, sofrendo,
morrendo, aos
prantos,
Sei que males
existentes não são tantos,
Que me impeçam de
sempre, sempre, te
amar...
(Sandro Toledo Rocco)
Santa Albertina- SP
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